quinta-feira, 13 de junho de 2013

MANIFESTAÇÕES POPULARES: FESTAS JUNINAS



Origem das festas juninas
Há duas  versões  para  explicar o termo festa junina. A primeira ressalta  que surgiu em função das festividades ocorrem durante o mês de junho.
A outra versão diz que a  festa  junina  originou-se em países católicos da Europa e, portanto, seriam em homenagem a São João. No começo, a festa era chamada de Joanina.

A CHEGADA DAS FESTAS JUNINAS  NO BRASIL

Para os historiadores, as festividades  juninas  veio para o Brasil  trazidas pelos portugueses, ainda durante o período colonial (época em que o Brasil foi colonizado e governado por Portugal).

FESTAS JUNINAS NO NORDESTE

  Embora sejam comemoradas nos quatro cantos do Brasil, na região Nordeste as festas ganham uma grande expressão.
             O mês de junho é o momento de se fazer homenagens aos três santos católicos: São João, São Pedro e Santo Antônio.
Como é uma região onde a seca é um problema grave, os nordestinos aproveitam as festividades para agradecer as chuvas raras na região, que servem para manter a agricultura.

AS COMIDAS TÍPICAS

No mês de junho geralmente é a época da colheita do milho, grande parte dos doces, bolos e salgados, relacionados às festividades, são feitos deste alimento. Pamonha, cural, milho cozido, canjica, cuscuz, pipoca, bolo de milho são apenas alguns exemplos.
Além das receitas com milho, também fazem parte do cardápio desta época: arroz doce, bolo de amendoim, bolo de pinhão, bombocado, broa de fubá, cocada, pé-de-moleque, quentão, vinho quente, batata doce e muito mais.








         Movimento artístico que se manifesta na segunda metade do século XIX.
Caracteriza-se pela intenção de uma representação “fiel” da realidade e pelo interesse por temas sociais.
O realismo representa uma reação ao subjetivismo do romantismo.
Sua radicalização rumo à objetividade sem conteúdo ideológico leva ao naturalismo.
         Artes Plásticas – A tendência expressa-se sobretudo na pintura. As obras privilegiam cenas cotidianas de grupos sociais menos favorecidos.

REALISMO NO BRASIL –

         No Brasil, o realismo é marcado  mais intensamente pela literatura e o teatro.
Artes plásticas –Entre os artistas brasileiros, tem maior expressão o realismo burguês, nascido na França. Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o cotidiano da burguesia.

Em vez de trabalhadores, o que se vê nas telas é o cotidiano da burguesia. Dos seguidores dessa linha se destacam Belmiro de Almeida (1858-1935), autor de Arrufos, que retrata a discussão de um casal, e Almeida Júnior (1850-1899), autor de O Descanso do Modelo. Mais tarde, Almeida Júnior aproxima-se de um realismo mais comprometido com as classes populares, como em Caipira Picando Fumo.







BIOGRAFIA E OBRAS DE ALFREDO VOLPI

             Alfredo Volpi foi artista plástico ítalo-brasileiro. É considerado um dos principais artistas da Segunda Geração do Modernismo Brasileiro.
De origem modesta, o artista não teve uma educação formal em arte. Ganhou destaque com pinturas representando casarios e bandeirinhas de festas juninas (sua marca registrada).
Alfredo Volpi nasceu em Lucca, na Itália, em 1896 e faleceu em São Paulo em 1988. Veio ao Brasil com seus pais, com apenas um ano e meio. Volpi nunca se naturalizou, mas seu coração era brasileiro.
           Desde pequeno gostava de misturar tintas e criar novas cores. Sempre foi fortemente ligado à Itália, um grande admirador dos mestres pintores de sua terra natal.
Filho de operários imigrantes, operário também se tornou. Tentou a vida como carpinteiro, entalhador de móveis, encadernador, pintor de paredes e por fim pintor-decorador de paredes. 
           Aos 16 anos de idade pintava frisos, florões e painéis nas paredes das mansões paulistanas; foi aos 16 anos que pintou a sua primeira aquarela. Aos 18 anos, ele pintou sua primeira obra de arte, sobre a tampa de uma caixa de charutos, usando tinta a óleo.
        O artista sempre valorizou o trabalho artesanal, construindo suas próprias telas, pincéis e tintas. Num processo típico de um pintor do Renascimento, fazia suas tintas diluídas em uma emulsão de verniz e clara de ovo, em que ele adicionava pigmentos naturais purificados (terra, ferro, óxidos, argila colorida por óxido de ferro) e ressecados ao sol.
         Mesmo tendo nascido na Itália, Volpi é um dos mais importantes artistas brasileiros deste século. Antes de qualquer coisa, trata-se de um pintor original, que inventou sozinho sua própria linguagem. Foi um auto didata. Sua evolução foi natural, tendo chegado à abstração por caminhos próprios, trabalhando e dedicando-se a essa descoberta. Volpi brincava com as formas, as linhas e as cores. Nunca acreditou em inspiração.








sexta-feira, 7 de junho de 2013

TACHISMO




Significados de Tachismo :


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1. Tachismo

Por  (SP) em 28-04-2008
Técnica de pintura abstrata surgida por volta de 1960, em que a cor se aplica por manchas, sendo uma das manifestações da Arte Informal

TACHISMO

Tachismo  
Outros Nomes
Arte Informal

Definição



Menos que um movimento pictórico com traços facilmente reconhecíveis, o tachismo remete a uma tendência artística que finca raízes na Europa no período após a Segunda Guerra Mundial, 1939-1945. O termo - que vem do francês tache, "mancha" - é criado pelo crítico Michel Tapié no livro Un Art Autre [Uma Arte Outra] para tentar definir o novo estilo de pintura que recusa qualquer tipo de formalização, rompendo com as técnicas e os modelos anteriores. Arte informal (no sentido de sem forma) é outra designação corrente para o tachismo, às vezes também ligado à noção de abstração lírica. A defesa da improvisação, associada ao gesto espontâneo e instintivo, permite entrever as afinidades da nova pintura com o expressionismo abstrato, assim como a inspiração no surrealismo, pela valorização do inconsciente, no dadaísmo, em função da defesa do caráter irracionalista da arte e no expressionismo, que toma a imaginação como expressão direta do espírito do artista. O uso de manchas irregulares de cores remete ainda à pintura de maturidade de Claude Monet. O pintor e poeta Jean-Michel Atlan, um dos expoentes da nova tendência pictórica, define, em 1953, o caráter do projeto tachista: "A pintura para mim não pode ser derivada de uma idéia preconcebida; a parte que cabe ao acaso (aventura) é muito importante e, de fato, é este acaso que cumpre o papel decisivo no processo de criação".
A arte informal deve ser compreendida no contexto de crise mundial instaurada também na Europa do pós-guerra. Além disso, acentua-se a descrença em relação à racionalidade ocidental e à civilização tecnológica, celebradas pelas vanguardas do começo do século XX. As filosofias da crise, em especial o existencialismo de Jean-Paul Sartre, dão o tom da época no plano das idéias, reverberando nas artes de modo geral. O reexame crítico dos movimentos artísticos da primeira metade do século XX dirige o foco dos novos artistas para o cubismo, do qual é recuperada a idéia de decomposição. Mas esta, no caso do tachismo, deve ser explosiva - e não analítica como querem Pablo Picasso e Georges Braque -, refletindo-se no rompimento radical da forma. A ênfase na gestualidade coloca-se como uma tentativa de ultrapassagem tanto dos conteúdos realistas quanto dos formalismos geométricos. A convicção do insucesso do realismo socialista - que vê a arte como instrumento da luta operária - e a impossibilidade de a associação entre arte e indústria, defendida pela Bauhaus, democratizar-se estão na matriz das diversas Poéticas do Informal.
Em pintores como Hans Hartung e Pierre Jean Louis Soulages, observa-se a recusa da fórmula racionalista pela pintura apoiada no gesto. O conhecimento deriva da ação e esta se apresenta pelo traço decidido do artista que abre e bloqueia espaços na superfície da tela com o auxílio de linhas e borrões, negros e grossos, que deixam entrever o fundo por pequenas frestas e intervalos, por exemplo em T. 1947-25, 1947 de Hartung e emComposição, 1950 de Soulages. Em outros pintores, a ênfase da pesquisa recai preferencialmente sobre a matéria, como nos franceses Jean Fautrier e Jean Dubuffet, e nos trabalhos do italiano Alberto Burri e do catalão Antoni Tàpies. Fautrier se singulariza pelo desenvolvimento de uma técnica própria, que consiste em pintar uma camada de tinta sobre a outra, com a qual ele obtém espessos empastes. Sua série mais famosa, Reféns,1943 nasce da experiência como refugiado, quando assiste aos fuzilamentos dos prisioneiros de guerra pelos alemães.
Em Dubuffet, o trabalho com a matéria conhece pelo menos dois resultados. Um que se liga às Texturologias produzidas em fins dos anos 1950, que se caracterizam, como o próprio título indica, pelas texturas experimentadas com cores e materiais distintos, e apontam na direção da recusa da expressão ou da representação. Outro resultado advém da associação da matéria ao desenho, que originam figurações cômicas comoL'interloqué, 1954 - no título, evidencia-se o jogo de palavras designando aquele que está "impedido de dizer", o que, de outro modo, retoma a idéia de incomunicabilidade. Burri explora as potencialidades expressivas de maneira diferente: solda, costura e cola seus sacos, madeiras, papéis queimados, paus, latas e plásticos. Combustões, 1957 e Ferros,1958 constituem exemplos eloqüentes de seu projeto. A "pintura matérica" de Tàpies, por sua vez, tem forte sentido trágico. Os muros intransponíveis, as janelas e portas fechadas que negam qualquer acesso se relacionam diretamente com a situação política espanhola.
Em artistas como Wols, os caminhos da decomposição da forma são outros. O tom dominante nesses trabalhos - menos que o gesto ou a matéria - é o traço, a linha e a cor, que guardam relação com o lirismo de Paul Klee. A criação de signos também ocorre com o pintor e poeta Henri Michaux em O Silo, 1960, assim como em Georges Mathieu, admirador da caligrafia oriental, Cast, 1964. Na Itália é possível lembrar os nomes de Emilio Vedova, Afro, Renato Birolli e Giuseppe Capogrossi. No Japão, a arte informal tem lugar em 1950 com o Gutai Bitjutsu Kyokai [Grupo Gutai] e o pintor Jiro Yoshihara. No Brasil, as obras de Manabu MabeTomie Ohtake e Flavio-Shiró parecem se ligar ao tachismo ou ao abstracionismo lírico, que conhecem adesões variadas entre nós, emCicero DiasAntonio Bandeira e Iberê Camargo.

Atualizado em 07/02/2012

PINTURA

Pintura é a atividade artística que consiste na aplicação de pigmentos coloridos (tintas) em um plano bidimensional, geralmente em uma superfície previamente preparada para tal uso.

A superfície de aplicação dos pigmentos também pode variar, desde murais e paredes até as telas próprias para pintura.



TEORIA DAS CORES



As cores fazem parte do nosso dia a dia impregnadas de simbologia e significados. Na natureza estão distribuídas harmoniosamente inspirando o homem na hora de sua aplicação nas artes, na moda, publicidade, etc.
Para melhor dominar o seu uso enquanto pigmento, identifique suas características, efeitos, harmonia e temperatura.

PRINCIPAIS CORES

Cores Primárias:
O amarelo, o azul e o vermelho são cores primárias. Ou seja, elas são puras, sem mistura. É a partir delas que são feitas as outras cores.


Cores secundárias:
O verde, o laranja e o roxo são cores secundárias. Cada uma delas é formada pela mistura de duas primárias.


Cores terciárias:
As cores terciárias são resultante da mistura de cores primárias com secundárias como exemplificado nas misturas abaixo.


Cores neutras:
O preto o branco e o cinza, em todas as suas tonalidades, claras ou escuras formam as cores neutras. As demais cores, quando perdem o seu colorido pela excessiva mistura com o preto, o branco ou o cinza, também se tornam cores neutras. As mais comuns são o marrom e o bege.

EFEITOS CROMÁTICOS
Manipulando as cores é possível obter diversos efeitos cromáticos. Entre eles destacam-se os seguintes:
Monocromia:
Corresponde à variação tonal de apenas uma cor com nuanças para o claro quando misturada ao branco ou para o escuro com a obtenção do acréscimo do preto.


Policromia:
Ocorre numa composição com a combinação de mais de três cores organizadas separadamente.


Tonalidade:
É a variação tonal de uma cor, que pode ser conseguida num processo de escala ou dégradé.
Matiz - é a característica que define e distingue uma cor. Vermelho, verde ou azul, por exemplo, são matizes. Para se mudar o matiz de uma cor, acrescenta-se a ela outro matiz.

TEMPERATURA DAS CORES
Cores quentes: São as cores que transmitem calor, alegria e luz, a exemplo do amarelo, laranja e vermelho.
Cores frias:
Caracteriza-se pelas cores menos vibrantes, melancólicas, calmas comum do verde, roxo e azul.


HARMONIA CROMÁTICA
Cores análogas:
São as cores que não apresentam contraste entre si. Elas são constituídas de uma base cromática em comum. São vizinhas no disco cromático.


Cores complementares:
São cores contrastantes entre si. Nelas não há pigmentos em comum, por isso quando misturadas formam, completam a soma de todas as cores. No disco cromático estão localizadas em posição oposta.


VÍDEO REALISMO SOCIAL




O QUE É UMA OBRA DE ARTE


Obra de arte (trabalho artístico ou somente obra) é uma obra criada ou avaliada por sua função artística ao invés de prática.
Por função artística se entende a representação dum símbolo, do belo ou não,apreciação (estética).
Apesar de não ter como principal objetivo, uma obra de arte pode ter utilidade prática.
A OBRA DE ARTE pode consistir num objeto, uma composição  musical, arquitetônica, textual, uma apresentação teatral, um filme, entre outros.

O que é considerado uma obra de arte depende do contexto histórico e cultural, e do próprio significado de arte.




 Alguns conceitos de arte ao longo da história da arte.
Pré-história- arte  tinha a função mágico utilitária e mítica.
EGITO – a arte tinha uma ligação com a ideia de uma vida pós morte.
Grécia – arte é o belo
Roma- representa a figura do imperador em escultura, influenciado na arte grega.
Idade média- arte é a representação da figura divina com ideal de um dogma.
Renascimento- renasce a cultura Greco- romana.
Maneirismo- arte  é a maneira do artista pintar, e o equilíbrio  entre a fé e a razão.
Barroco   -   a fé como elemento dramático na cena pictórica.
Rococó- arte com elementos decorativos com conchas, laços, cores suaves, ligado a nobreza, e também a religião.
Romantismo- a arte é o drama, a tragédia, a paixão, o mito do herói.
Realismo-  a arte é a representação fiel da realidade
Impressionismo- a arte é a impressão de que pinta, a imagem é formada a partir de pequenas pinceladas de tinta.
Expressionismo- a arte é a representação da tristeza, da dor e do sofrimento humano.
O belo da  expressão chocante e feia.
Fauvismo-  a arte é simplificação da forma e o uso de cores puras.
Cubismo- a arte é a fragmentação da figura em formas geométricas.
Abstracionismo-  a arte não representa as formas reais , nem encontradas na natureza.
Dadaísmo- a arte é a negação da arte. A arte é o objeto.
Surrealismo- a  arte é a representação dos sonhos e dos pesadelos.
Op arte – é aquela que causa a ilusão de movimento na obra, efeitos ópticos.
Pop arte- é aquela representa a cultura de massa e o mercado de consumo, usa cores fortes.
Expressionismo abstrato- a arte é a expressão através de formas abstratas, a pintura da ação. 

O SIMBOLISMO

Simbolismo é uma tendência literária, da poesia e outras artes que surgiu na França, no final do século XIX, como oposição ao Realismo, ao Naturalismo e ao Positivismo da época.
Principais características :
                Os simbolistas terão maior interesse pelo particular e individual do que pela visão mais geral.
A visão objetiva da realidade não desperta mais interesse, e sim está focalizada sob o ponto de vista de um único indivíduo.
Dessa forma, é uma poesia que se opõe à poética parnasiana e se reaproxima da estética romântica, porém mais do que voltar-se para o coração, os simbolistas procuram o mais profundo do “eu”, buscam o inconsciente, o sonho.

Principais artistas: Odilon Redon, Maurice Denis, Paul Sérusier e Aristide Maillol.










REALISMO SOCIAL

É uma tendência estética, cujo propósito é trazer os ideais do comunismo para o campo da arte. Foi a tendência dominante para artística muito da história da União Soviética, particularmente durante o governo de Joseph Stalin, na China e, em geral, na maioria dos países socialistas.

Realismo Social
Objetivos: Os artistas realistas sentiam a necessidade de uma arte mais socialmente consciente.
Fatores que levaram ao realismo social: A grande depressão nos anos 30 e a ascensão do fascismo na Europa.

Principais artistas:
Pintores: Ben Shan (1898-1969); Reginald Marsh (1898-1954); Moses (1897-1977); Raphael Soyer (1899-1987)
Fotógrafos: Dorothea Lange (1895-1977); Walker Evans (1903-75); Margaret Bourke White (1904-71)
Eles documentaram as tragédias sociais e políticas da época. Shahn é o artista mais famoso desse movimento. Retratou o julgamento, condenação e execução dos imigrantes italianos Nicola Sacco e Bartolomeo Vanzetti, amplamente vistos como vitima de xenofobia americana. Muitos pintores do realismos social eram adeptos de princípios marxistas, mas deseludiram-se com o comunismo após os julgamentos de Moscou (1936-7) e a assinatura do pacto de não-agressão entre Hitler e Stálin, em 1939.
O movimento foi inspirado pelos muralistas mexicanos e pela Ashcan School. Fim do movimento: No inicio dos anos 40, novas formas de arte, em particular o expressionismo abstrato, atraíam a atenção dos críticos e do público.





ARTE CONSTRUTIVISMO

ARTE E CONSTRUTIVISMO
Este texto testemunha um pensamento inicial sobre a possibilidade de relacionamento entre o construtivismo piagetiano e o movimento artístico construtivista. Existem pontos de encontro? Ou talvez interesse mais examinarmos qual a contribuição do construtivismo artístico, do início do século XX, no momento atual, analisado sob uma visão holística de integração e interação de vários sistemas que relacionam homemXmáquina?
O construtivismo foi um movimento determinante na história da cultura, cujo legado se faz sentir até hoje. Estamos vivenciando um momento histórico em que identicamos características semelhantes do movimento do início deste século. Basicamente o construtivismo refletia as alterações provocadas pela revolução industrial na vida cotidiana e artística. Hoje sentimos e falamos em construtivismo, assunto em voga na vida cultural, por quê? Talvez por que assistimos a transformação profunda da sociedade por efeito da interferência das novas tecnologias em nosso modus vivendi : é a revolução eletrônica que se opera sobre a era industrial nessa passagem para o terceiro milênio.
A seguir apresentamos um breve resumo do desenvolvimento histórico deste movimento onde se objetiva, também, o esclarecimento do modo de pensar num ambiente construtivista. Num segundo momento analisamos a influência do legado deste movimento na arte tecnológica atual, e, concluindo apresentamos o trabalho de um artista eletrônico como exemplo da preocupação conceitual do artista contemporâneo.
HISTÓRICO:
O construtivismo como um movimento artístico modernista ocorre no período entre 1913 e 1930, na Europa, principalmente na Rússia. Surge como uma decorrência do futurismo italiano e do cubismo francês. Adquire característas próprias perseguindo o ideal de abstração: despoja-se de qualquer alusão à natureza. Rompe radicalmente com a arte do passado (da representação do real) e propõe uma nova linguagem plástico-pictórica: "O mundo da não-representação" (Malevitch). Marca o início da preocupação da arte em criar objetos numa nova direção: a virtual, no sentido que a ênfase está mais no espaço vaziu que na massa, na ausência que na presença. O objeto artístico se liberta de sua base, do pedestal, do paralelismo à parede, trabalha mais com o espaço como elemento da linguagem plástica. Na pintura chega ao branco sobre o branco, ressaltando a presença matérica da tela, o objeto "tela" como mais importante que representações feitas sobre sua superfície. Nesta acepção está denotada a valorização do objeto industrial frente ao artesanal e a consequente dessacralização do objeto artístico.
A escultura é a grande beneficiada pela contribuição construtivista que modifica a noção tradicional de "esculpir", em que está embutida a idéia de desgastar um material, o chamado método subtrativo (por exemplo: escultura em pedra e madeira) ou de adicionar massa (escultura feita em argila, terracota, gesso, assim como também as técnicas de vazar bronze e massas em formas). O construtivismo apresenta a idéia de "construir" usando materiais naturais e sintéticos oferecidos pela industrialização. As obras se apresentam como objetos compostos de elementos geométricos em materiais diversos como metal, vidro, papelão, madeira, acrílico, plástico, dentre outros usados sós ou em combinação. O aparecimento de novos materiais implica na geração de novas técnicas e sistemas de construção, que , por sua vez determinam o surgimento de novas estruturas e aparências. Um cubo pode ser feito de várias substâncias que definem visualidades diferentes da mesma forma cúbica. A gênese da escultura construtivista é determinada pelo seu material. O destaque dado ao material coloca questões também de ordem psicológica, pois passa a existir o diálogo do artista com o material e suas características confrontadas pelas vivências do artista, sua memória emocional e sensória. Em outras palavras, quando um pintor trabalha sobre uma tela de maneira tradicional, esta constitui-se um suporte neutro à interferência do artista, no construtivismo inicia-se a possibilidade de suportes artísticos expressivos, que já carregam consigo significados para o próprio artista e também para o espectador. Por exemplo, ao invés de iniciar um trabalho sobre uma tela, o pintor pode preferir pintar sobre um fragmento de objeto industrial. Os cubistas George Braque e Pablo Picasso foram os primeiros a optarem pela revelação da verdadeira tridimensionalidade em detrimento da sua representação. A primeira obra dentro destes parâmetros foi a construção cooperativa dos dois artistas intitulada "Guitarra"(1912), feita de folhas de metal e arame. Preferiram agregar ao plano da tela elementos reais do que continuar "imitando" a realidade, representando-os através da pintura, o que passou a ser considerado sem sentido uma vez que a tecnologia tinha inventado e aprimorado métodos de reprodução mais fiéis como a fotografia. A tecnologia liberta a arte de seu compromisso social de representar.
Modifica-se totalmente o processo de criação. O artista está encantado com as facilidades advindas pelo avanço técnico e tecnológico. As obras de arte tornam-se verdadeiras homenagens à racionalidade científica da época e evidenciam a mais direta representação do impulso modernista no sentido de se adaptar à tecnologia da "era da máquina".
O construtivismo russo se desenvolve em construções tridimensionais como "Monumento à III Internacional"de Vladimir Tatlin, 1919, feito com ferro, vidro e madeira, em consonância com as idéias socialistas. Os artistas construtivistas russos entusiasmam-se por uma forma de arte despida de aura, mais próxima ao povo, ao alcance de todos. Usando materiais industrializados empregados no uso cotidiano, colocaram a arte a serviço do bem comunitário, atuando na direção utilitária do desenho industrial e arquitetura.
Após a revolução russa, o clima de experiência e invenção se quebra. O governo de Stalin não compreende que a revolução artística vinha de encontro com os pressupostos socialistas e persegue os construtivistas acusando-os de elitistas que inventaram uma forma de arte sem propósito e que no fundo o que queriam era não deixar que a arte clássica e tradicional chegasse até o proletariado. A forma de arte permitida era e é até hoje, a mímese da natureza. A mais expressiva vanguarda russa na arte foi assim dissipada e os artistas tiveram que optar em permanecer na Rússia e continuar nos moldes artísticos dos séculos anteriores, ou mudar para o oeste. Muitos foram lecionar na Bauhaus, escola alemã orientada para o design e para tecnologia, surgida como uma necessidade imposta pela expansão industrial, influenciaram toda Europa e Estados Unidos.

INFLUÊNCIAS CONSTRUTIVISTAS
As sementes construtivistas na arte seguem brotando em vários momentos férteis da história da arte como na arte pós-segunda guerra mundial quando o uso da combinação de materiais diferentes soldados passou a ser o método escultórico mais usado. O movimento neoconcreto, nascido no Brasil por volta dos anos 60, surge como uma reação ao concretismo racionalista de exploração de ilusões óticas, reaproxima-se da vanguarda russa na procura de um novo objeto para arte. O neoconcretismo brasileiro, derivado da escola de Ulm, na Alemanha já não lida em nenhum grau com o problema da representação, mas com o de emprestar uma transcendência à tela mesma como objeto material, segunda palavras de Ferreira Gullar (1985). Provavelmente seu maior legado foi de relacionar a arte com a ciência e a tecnologia. A abordagem racional inspirou não somente as esculturas cinéticas, o minimalismo, a pintura concreta ( que parece ser feita por máquina), abstração geométrica e a arte tecnológica.
LEGADO CONSTRUTIVISTA À ARTE TECNOLÓGICA
Podemos dizer que estamos vivendo num ambiente construtivista geral em ambos níveis: real e virtual. Uma vez que nossas mentes estão sendo remodeladas pelo avanço tecnológico, ampliando nossa capacidade de sentir e processar novas vivências e informações, reequipados com o auxílio prestimoso das máquinas reconstruímos nossa nova realidade.
Na arte observamos uma tendência para a interatividade, isto é, a obra não é um objeto acabado, sacralizado, posto na parede dentro de uma moldura. Na arte interativa a obra é virtual, imatérica, existe apenas no momento da experiência e vivência do espectador. Ele é que constrói a obra, é co-autor e interagente. O artista apenas cria uma proposta de interação com o espectador, como um jogo sensório e/ou mental, determinante de um diálogo transformador.
Esta arte do fim deste século se assemelha também do construtivismo por seu amor ao avanço científico e tecnológico, além da tendência ideológica à democratização. A arte vem de encontro ao seu público, rompendo com sistemas de poder como o "sistema das artes": composto por marchands, galerias, curadores, museus, etc. "Esta arte partilhada com as máquinas entra nas casas via satélites, telefones, oferecendo-se para ser recebida, modificada e devolvida (...). Comunidades virtuais on-line reúnem indivíduos por afinidade, em que a arte também afirma sua liberdade" como se expressa Diana Domingues(1997).
Enquanto que a arte tradicional privilegia a permanência da obra e procura fixar uma idéia sobre um suporte, a arte eletrônica trabalha com suporte virtual, a imaterialidade, a mutabilidade, a efemeridade, a conectividade, interatividade e colaboração. Na arte tradicional o espectador é colocado como diante de uma "janela" pela qual ele assume uma atitude contemplativa, na arte interativa o espectador se posiciona diante de uma "porta aberta" por onde ele pode passar e interagir, colaborando com o artista.
As novas tecnologias remodelam a sociedade como um processo irreversível. Só o artista pode enfrentar impunemente o efeito eletrônico porque é especialista em causar rupturas e transgressões. Trabalha com propostas descondicionantes. Aborda a máquina de maneira crítica diferente do usuário comum que se deixa levar pelos avanços tecnológicos com interesse imediatista ou deslumbramento cego. O artista se impõe o papel da análise conceitual dos fenômenos que ocorrem na sociedade, provocando uma tomada de consciência.
A seguir indicamos o trabalho do artista plástico Eduardo Kac para representar esta geração de artistas eletrônicos perfeitamente integrados na relação híbrida homemXmáquina.http://penta.ufrgs.br/~luis/Ativ1/ConstruEvelise.html
O CONSTRUTIVISMO

O Construtivismo é um movimento de arte abstracta que se manifesta pouco antes da Revolução Russa de 1917 e veio a subsistir até 1922.
Os Construtivistas pretendiam fazer da arte, uma investigação autónoma e cientifica, indagando das propriedades abstractas da superfície pictórica, da construção, da linha e da cor.
Pretendiam aplicar esta arte ás necessidades industriais e sociais do tempo, integrando-a com o Urbanismo, a Arquitectura e os objectos de uso comum.
Tiveram inicialmente influencias dos Futuristas e do Suprematismo, e fora da Rússia, exerceram enorme influencia na Bauhaus através de Moholy-Nagi e El Lissitzky; no De Stijl através de El Lissitzky e genericamente no Movimento Moderno da Arquitectura.
O Construtivismo é lançado em Moscovo após a Revolução, por Vladimir Tatlin (o inicio das suas pinturas em relevo é de 1914) e Alexander Rodchenco, e ainda El Lissitzky e Naum Gabo; as suas ideias vêm para o ocidente no inicio dos anos vinte influenciando o Urbanismo, a Arquitectura, o Design e as Artes visuais.
Era de inicio uma tendência escultórica derivada da colagem, evoluindo para a execução de objectos tridimensionais, utilizando o ferro, a madeira, o vidro, arame de aço, etc.
Estes objectos acentuam a noção de estrutura e movimento no espaço, por meio de tensões e equilíbrios em detrimento de massas sólidas e estáticas.
O termo Construtivismo surge pela primeira vez em Janeiro de 1922, num catálogo para uma exposição no Café dos Poetas em Moscovo, onde se afirmava que “todos os artistas devem ser operários, a fábrica é o local onde se cria e constrói a verdadeira vida”. O conceito tradicional de uma arte exaltante deveria ser abandonado, e em vez disso, a arte deveria estar ligada á produção fabril, á industria e á nova ordem social e política.
O “Artista novo” devia abandonar as Belas-Artes, meramente contemplativas, burguesas e reaccionárias e tornar-se um artista activo e interveniente no contexto social e da produção industrial ou produtivista (no sentido actual, designer industrial).
Os Construtivistas eram apologistas da anti-Arte, criticando os métodos académicos e evitavam utilizar os media tradicionais: a tela e os óleos e a pintura de cavalete. Inovaram radicalmente nos domínios da propaganda, colagem, artes gráficas, tipografia, fotografia e fotomontagem, cerâmica, têxteis, moda, cinema, teatro, etc. e mais tarde no Design, Arquitectura e Urbanismo.    
Os objectos artísticos seriam construídos a partir de materiais preexistentes, (préfabricação) e utilizando de modo conjugado todas as técnicas disponíveis na criação de novas sínteses e aplicáveis a todos os domínios, quer da produção, quer da vida humana, para a realização de uma nova sociedade e de uma nova realidade construída.
O seu ideal era colocar a sua arte em produção, visando a satisfação das necessidades humanas básicas, através da definição científica e técnica dos seus requisitos quantificados de modo objectivo.
Os VkhUTEMAS: 

Em 1920, em Moscovo, é fundada a escola de arte avant-garde e de arte aplicada (Design), VkhUTEMAS (Escola Superior de Oficinas Técnicas e Artísticas). A escola estava estruturada para o treino de artistas para a industria e para a transformação cultural do país, sendo um lugar de disseminação das ideias do Construtivismo. Rodchenko e El Lissitzky fizeram parte do corpo docente. Os VkhUTEMAS produziram têxteis, cerâmicas, mobiliário em madeira e metal e equipamentos. O seu ensino baseava-se no ideal Construtivista de que “a forma dos objectos deve ser determinada pelo material com que será construído”. Muitos protótipos foram feitos, mas poucos entraram em produção. Os VkhUTEMAS tiveram a mesma importância para a União Soviética que a Bauhaus para a Alemanha, tendo havido ligações pessoais entre as duas, nomeadamente através de Kandinsky e El Lissitzky. Tal como a Bauhaus a sua actividade foi atribulada (aos construtivistas opunham-se os produtivistas), tendo sido dissolvido em 1930.   

Os projectos iniciais do Construtivismo, alguns utópicos, integravam múltiplas tecnologias: as estruturas trianguladas em aço, o betão armado, a estrutura pênsil, a fachada de vidro, o elevador, o plackard luminoso e o altifalante, o telefone e a radio, etc.
O Construtivismo e o Funcionalismo tiveram uma enorme importância na construção da sociedade industrial moderna Soviética: infra-estruturas, industria, arquitectura e novas cidades.
Após a morte de Lenine os construtivistas foram esquecidos ou proscritos e o estado soviético adoptou o “Realismo Socialista” como “Estilo Oficial de Estado”.
Principais Projectos e Obras Construtivistas:
- Póster: “Golpeia os Brancos com a cunha vermelha”, El Lissitzky,1919.
- Grafismo: “História de dois quadrados”, El Lissitzky, 1922.


Algumas obras: